domingo, 27 de agosto de 2023

Ecos da história do Curimataú paraibano

Ecos da história do Curimataú paraibano
Em Série Reminiscências

Quem foi o patriarca Manoel Henriques da Costa?
Ele foi filho de Joaquim José da Costa, conhecido como Joaquim da Volta, e de Dona Maria Francisca de Medeiros, originária do Seridó. Lá se casaram e fixaram residência na fazenda Volta, em Picuí - PB e constituíram uma família de 14 filhos, dentre eles Manoel Henriques e Anacleto Pereira. Joaquim e Maria viviam da agricultura e da criação de gado. Sendo que seus filhos se iniciaram no comércio de gado e de animais. Sendo que cada um dlees tinha sua própria tropa e sua pequena boiada para venda, compra e troca. 

Os rapazes e moças se casavam ainda jovens, constituindo família e construindo sua própria gleba rural próxima aos esbarros d´água,,, de onde surgia a moradia e os currais para constituição da pequena fazenda. 

Os casamentos eram do tipo arranjado, onde as moças eram ofertadas aos rapazes de acordo com os dotes da donzela. Por exemplo, determinada moça levava para o casamento três vacas paridas, dois animais de carga e dois de montaria e criações miúdas, como bodes, carneiros, galinhas, patos e perus, que serviam de complemento para alimentação familiar. 

A agricultura funcionava basicamente com o plantio de dezembro a março das culturas consorciadas de feijão, milho, mandioca, jerimum, batata doce e frutas nativas de outras regiões. As feiras semanais realizavam-se aos sábados nas vilas e povoados onde os sitiantes levavam para troca e venda os produtos de suas glebas como por exemplo trocava-se uma garrota em três cabras leiteiras. Um balaio de galinha por um casal de peru adulto. Um saco de feijão macassar por três sacos de farinha de mandioca. Um garajaú de rapadura por um saco de feijão. 

Dois fatos notáveis aconteciam nessas propriedades rurais. Quando nascia um filho era marcado a ferra e fogo uma bezerra com o número da ordem do nascimento da criança. Outro evento que alegrava os sitiantes das redondezas era uma vez por mês, no dia de domingo, a realização da briga de touros que consistia em colocar dois touros estranhos dentro do curral para disputar a posse de uma bonita novilha em pleno cio. A briga era infernal. E ao touro vencedor era ofertado pelo patrocinador da competição uma novilhoda, filha de uma vaca boa de leite para incentivar esse aglomeramento esportivo. 

O leite produzido pelas vacas de cada produtor era transformado em queijos de manteigas e de coalho, vendidos nos dias de sábado, dia de feira semanal aos habitantes dos lugarejos, vilas e povoados. 

Heleno Henriques de Araújo.