sábado, 31 de dezembro de 2022

Uma cozinha portuguesa, com certeza

Pesquisa buscada pelo maitre d´hotel Heleno Henriques de Araújo há 50 anos na área. 

Para muitos especialistas em gastronomia a cozinha portuguesa é uma das 10 melhores do mundo. Localizada na faixa de Terra banhada pelo oceano Atlântico. Onde existe em abundância o bacalhau e os frutos dos mares. E segundo levantamentos arqueológicos o bacalhau já era consumidos no século 15 pelos vikings. É um dos 3 pratos mais importantes da historiografia das Panelas. O bacalhau vem de regiões da Groelândia e da Noruega. Foi transformado num dos pratos mais importantes da culinária portuguesa. 

Domingos Rodrigues viveu entre 1637 a 1719. Era cozinheiro do rei Dom Pedro II de Portugal. Aos 17 anos de idade, ele já era o chefe de cozinha do Palácio. Ele criou, dentre outros pratos, os agridoces. Significa preparar pratos salgados com frutas do além mar. Das colônias portuguesas veio o peixe ao maracujá e o camarão ao molho de Quixaba. Palavra em tupi-guarani que significa fruta da pedra. Domingos Rodrigues, em 1680, fez um livro manuscrito intitulado "A arte de cozinhar". Em que ele codifica mais de 50 pratos de bacalhau. O bacalhau é o orgulho de Portugal.

Eu tive a felicidade de trabalhar em casas portuguesas. Vou citar alguns nomes por uma questão de justiça, de profissionais portugueses com os quais eu trabalhei e aprendi: Nunes, Herculano, Nogueira, Monteiro, João e principalmente Guerreiro, gerente geral do hotel 5 estrelas Parque dos Coqueiros em Aracaju. Eles me ensinaram muito. Como por exemplo o bacalhau  ficar 72 horas de molho dentro da geladeira, porque a temperatura média de Portugal de 8 a 12°. No Brasil, muitas das vezes alcança os 30°. 

Os vinhos são um capítulo à parte na cozinha portuguesa. Até 1989 o português era o maior consumidor de vinho per capta do mundo. Tomava 89 garrafas per capita por ano. Quantidade maior do que na França e na Itália. Vale citar aqui algumas regiões demarcadas para produção de vinho. Alentejo, Douro, Dão, Bairrada, onde se fabrica o tinto Barca Velha. É um dos 3 mais importantes tintos da gastronomia mundial. O vinho do Porto e um orgulho dos portugueses. Começou a ser feito nos conventos medievais. E depois era acrescido de um uma determinada quantidade de aguardente vínica. Chegando o vinho do Porto a 20° alcoólicos. Vinho Verde segue indicado para acompanhar o bacalhau. O vinho verde é um vinho áspero, forte e deve ser consumido jovem. 

Além de tudo isso que eu citei, vale relembrar as sobremesas de Portugal. Confeccionada por profissionais portugueses. Como o pastelzinho de Belém, Ninho do céu, baba de moça. E mais de uma dezena de sobremesas portuguesas do mais alto nível culinário e nutricional. O azeite de oliva é outro orgulho português. A rolha vem da árvore chamada sobreiro. Que serve descascadas para confeccionar as rolhas dos vinhos. Vinho sem a rolha de sobreiro não é vinho, nem aqui, nem em nenhuma parte do mundo. Saúdo a grande cozinha portuguesa. Viva Portugal.

sábado, 24 de dezembro de 2022

A Cozinha Brasileira

A maior de todas as cozinhas jovens do planeta. 

Pesquisa buscada pelo maitre do hotel, Heleno Henriques de Araújo. Há 50 anos na gastronomia. 

A cozinha Brasileira, embora jovem é uma das maiores atrações no mundo das Panelas. Por um aspecto muito simples. Nelas se realçam a originalidade, a criatividade, a heterogeneidade, o perfume e a cor. Dela, resultam iguarias que são feitas com produtos de procedência vegetal. Como o dendê que os escravos africanos trouxeram da África. Em cuja composição uma colherzinha de cafezinho contém 150 mil unidades de pro vitamina A. O coco que os portugueses trouxeram das ilhas da Melanésia nas costas do Pacífico Sul. O terceiro produto mais importante na escala de valores absolutos da nutrição. A castanha de caju, nativa do nordeste brasileiro. Cujo conteúdo contém 19% de proteína e o amendoim nativo do norte do Paraná. Que é assado com a película. Carrega 24% de proteína. 

Esses 4 produtos geraram o famoso molho a caueira. Criado pelo baiano Manezinho dos prazeres no século 18. E que é o forte na preparação de pratos como moqueca, vatapá, xin xim de galinha, bobo de camarão e caruru, dentre outros. A cozinha Brasileira. além da feijoada, tem um prato notável. Que chama-se carne de sol. É preparado com boi nativo. E consumido em larga escala com feijão macassá verde. Que foi trazido pelos holandeses da China. Macaxeira nativa do nordeste brasileiro. A farofa emboloada feita com farinha de mandioca e manteiga da Terra. E o molho de verduras acres. Para acompanhar esse grande prato da cozinha Brasileira.

A cozinha Brasileira tem no seu glossário uma variedade bastante grande de pratos a base de frutos-do-mar pela extensão do seu território marítimo. E de caças pelo seu território interiorano. No meu livro "Em tempo de restaurante brasileiro" publicado em 1984 com 322 páginas, eu oficializo as 120 receitas dos principais pratos da cozinha Brasileira. Este livro foi comprado e adquirido por grande parte das embaixadas alocadas em Brasília que mandaram cartas para a minha pessoa. Denominando este trabalho de um livro patriótico, que servia de guia para a execução dos pratos brasileiros, daí o nome "Em tempo de restaurante brasileiro". 

Ressalte-se, as frutas brasileiras, que passa de duas centenas. Que, preparadas com pratos salgados, surge um paladar inédito que se aproxima do agridoce europeu. Principalmente quando é feito com produtos como frutas como Maracujá. O umbu, que é uma fruta Nordestina nascida nos Tabuleiros. Cujo ingrediente maior é da peixada tabajarina. Tem despertado um grande interesse dos chefes de cozinha brasileiros internacionais. O milho, alimento brasileiro, que dom João VI considerava ouro em cima da mesa, que na língua nativa quer dizer sustento da vida, originou pratos notáveis como pamonha, canjica, bolho de milho, pão de milho, creme e ate biscoito de milho.

Aqui fica um apelo para que os clubes do gourmets do Brasil. incentivem a preparação de cardápios com pratos brasileiros porque a própria alma do povo brasileiro, que está retratado nessas preparações culinárias. E vamos tentar combinar esses pratos maravilhosos com o vinho nacional. Com destaque para os vinhos do Rio Grande do Sul e do nordeste brasileiro. Nessas regiões encontramos vinhos razoavelmente aceitos para combinar com as iguarias Brasil. Sobre a cozinha do Brasil.

sábado, 17 de dezembro de 2022

Feijoadíssima da Senzala, rainha das Panelas brasileiras

Feijoadíssima da Senzala, rainha das Panelas brasileiras. 

Pesquisa buscada pelo maitre de hotel Heleno Henriques de Araújo. Presidente do clube do gourmet da Paraíba. 

A Embaixatriz Brasileira gratuita no exterior. O único prato que em 1 só porção oferece 10 tipos de carnes diferentes.10 guarnições colocadas em travessas diferentes. 

Cálculo para 12 pessoas. É uma feijoada que será servida no sábado, no almoço. Começam os preparativos às 9:00 da manhã da sexta-feira. Coloque as carnes salgadas de molho em uma panela grande. Cortando as carnes em graudezas. Colocando água farta para de 2 em 2 horas ir trocando a água. Para as 6:00 da tarde, colocar para cozinhar junto com as carnes defumadas e o feijão. Adicione 10 folhas de louro. 

O feijão preto que chega a 3 kg será cozido junto com as carnes. Será colocado numa panela grande e aberta, longamente. Não se deve se escorrer a água do feijão preto para não tirar o paladar e a cor. 

As carnes principais são:
2kg de charque
1 kg de Costela bovina salgada
1 kg de aparas de carne de sol
2 peças de Língua bovina inteira com a capa
2 kg de Pé de porco salgado
1 kg de focinho e orelha defumado
2 kg de costeletas de porco defumada. 
1 kg de rabinho defumado
2 kg de bisteca de porco fresca
2 kg de barrigada de bacon defumado
2 kg de linguiça defumada

Os defumados não deverão ficar de molho. Entrarão no cozimento da feijoada, que deverá ser em fogo baixo. Normalmente após a primeira fervura da feijoada. Um cozinheiro tem que ficar de plantão no pé do fogão. Pra ir retirando as carnes que cozinham rapidamente como a costeleta de porco, o bacon e a linguiça

A barrigada deve ser retirada antes de se quebrar, junto com o rabinho e a linguiça calabresa. Para evitar que elas desmanchem. Para conservar a temperatura quando for colocada no salão do restaurante, coloque a feijoada em panelas individuais, aquecidas com carvão em brasa.

As guarnições em torno de 10 são:
100g de Arroz branco
100g de Arroz canário
100g de farinha branca
50g de farinha amarela
10 maços de Couve refogada 
100g De Bacon tipo torresmo
10 Laranjas 
5 Abacaxis
Banana rosqueada

Molho da feijoada em potinhos, que vai junto das guarnições. Será feito com cebola, alho, pimentão e tomate, como se fosse um vinagrete sem vinagre. A farinha será oferecida separada. A farinha branca e a farinha amarela. E a pimenta malagueta será separada também. A caipirinha será servida no bufett. As Bistecas de porco serão passadas pelo cozimento para pegar cor e morenar. Será cobrado 90 reais por pessoa. Os homens consomem geralmente 600g de carnes. As mulheres consomem menos. 

A feijoada é o maior prato do Brasil. Um dos 5 maiores pratos do mundo. Elogiado por chefes renomados, ela tem fama internacional. Serve como embaixatriz culinária para o Brasil. Servida como almoço nos fins de semana pelas embaixadas brasileiras no exterior. A feijoada é aplaudida no mundo inteiro, representando a cozinha Brasileira no exterior.

sábado, 10 de dezembro de 2022

Cozinha da Itália

Cozinha da Itália
A Itália é a terceira cozinha do planeta. Principalmente com o impulso que foi dado pelo Império Romano, que invadindo na Geografia de hoje, 70 países, confiscava bens culturais como a poesia, a pintura, a música e principalmente, a culinária. Levando para a cidade eterna sementes e profissionais da revolução das Panelas. Juntou-se a tudo isso o navegador Marco Polo que trouxe da China o trigo. Fazendo com que se criasse na Itália uma cozinha de massas com 600 tipos de cortes diferentes. Ressaltando-se a lasanha etrusca. Uma iguaria criada no norte da Itália que consiste em um bloco só de Farinha de trigo recheada com carne picotada na ponta da faca. Cobrindo com um bloco só de massa de farinha de trigo gratinada ao forno com queijo Parmesão, picotado. As pessoas viajavam quilômetros de trem para no norte da Itália saborear essa grande especialidade do país da bota. 

Outro destaque nesta grande cozinha suculenta foi a ação dos monastérios. No século quinto da era cristã São Bento, então frei Bento de Nurcia, administrador dos monastérios que formavam frades, criou o que chamamos hoje de banquete. Que significa servir uma entrada, um prato principal e uma sobremesa, tudo regado ao mais puro vinho, produzido nos arredores dos monastérios que eram localizados nas zonas rurais daquele país Mediterrâneo. A alimentação era enriquecida com os vinhos, pães e queijos desses conventos. Eram produzidos pelos próprios seminaristas. 

Um grande destaque foi o italiano frei Benedito. Que viveu de 1526 a 1589. Filho de etíopes. Logo menininho, Benedito ingressou nos conventos pela forte vocação missionária. Ele era um cozinheiro dos conventos onde trabalhava. Daí existir o troféu São Benedito em homenagem a este grande santo humilde. Era um grande confessor da fé. E o papa de então se confessava com esse Frade. 

Rendo minha homenagem aqui neste canto de página aos 3 professores italianos que foram meus mestres no estado de São Paulo. O primeiro deles, Carmino Colonato, que foi gerente de alimentos e bebidas da companhia Suíça de hotéis. Era a pujança da nobreza nas terras paulistanas. Outro foi Walter Mazzieri. Maitre executivo do Terraço Itália. Restaurante localizado do 37º andar do Edifício Itália. E que falava francês, Inglês, português e italiano. Foi presidente da associação Brasileira de maitres, entidade para a qual me convidou. Eu me tornei sócio fundador. E o terceiro deles, Antônio Marmugi, técnico que implantou o sistema de alimentos e bebidas de todos os hotéis 5 estrelas do nordeste. Era uma sumidade que dizia "Tudo que sei é que eu não sei de nada" A minha homenagem, a suculenta, farta e saborosíssima, cozinha da Itália, a terceira cozinha do planeta Terra. 

Destaco por fim o filé parmegiani. Criado em 1904 no primeiro clube do gourmet do Brasil. Intitulado Ordem dos gourmets do Brasil,  presidido pelo senador paulistano Freitas Valle. Que semanalmente se reunia para falar da Itália. O filé parmegiani é feito rosueado, gratinado com queijo regio parmeggiani. Montado em cima de leito de espaguetone atomatada. Tornou-se o campeão de venda de todas as Américas.

Heleno Henriques de Araújo.

sábado, 3 de dezembro de 2022

Cozinha da França

Cozinha da França 

Se você não é capaz de um pouco de feitiçaria, não se meta dentro de uma cozinha. Frase célebre do cozinheiro diplomata Jean Anthelme Brillat-Savarin. Dito isto, repito o que a maioria dos estudiosos de gastronomia dizem. Que a França é a maior cozinha do mundo. Tudo começou na época da Gália. Em que os chefes de cozinha competentes pelas suas criatividades eram promovidos a chefes de cozinha dos castelos medievais. A Nouvelle cuisine francesa, criação de Paul Bocuse é o exemplo dessas afirmações. Pois são iguarias preparadas com produtos da Safra atual. Sem gordura, sem farinha de trigo. Com pouca manteiga. Onde prepondera o quarteto Cor, Paladar, Perfume e decoração. Parabéns à França. Pela grande contribuição que deu a gastronomia nestes 2000 anos de existência. O prato Coq au vin é uma Celebridade das Panelas da Terra de Jean Marie-Antoine Carême. 

Pablo Aluísio.

As mais elogiadas cozinhas de todos os mundos


Pesquisa buscada pelo maitre Heleno Henriques de Araújo. 
Sócio fundador da associação Brasileira de maitres de hotel de São Paulo. Autor dos livros  O garrçom em nível Internacional, Em tempo de restaurante brasileiro, Vinho, néctar dos deuses e A carne de sol de Pici. Profissional que trabalhou em alguns dos melhores hotéis 5 estrelas do Brasil. Há 50 anos na gastronomia. 

As mais elogiadas cozinhas de todos os mundos:
França
Itália
China
Brasil
Espanha. 
Portugal 
India 
Japão
Egito
Peru
Tailândia
Cigana
Holanda
Judaica
Suiça
Da burguesia
México
Da máfia
Inglaterra
Turquia
Alemanha
Russia

Heleno Henriques de Araújo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Chefes de Cozinha

Chefes que o mundo fascinante das Panelas elegeu como como reis da criatividade. 

No ano de 1651 surgiu na França François Pierre De  Lavarenne que criou o primeiro molho da gastronomia Intitulado Grand Jus Deroti, que é feito com ossos e aparas de carne bovina. Assados ao forno com verduras acres. Depois de fervido longamente em fogo baixíssimo. Para apurar com um vinho tinto e féculas de trigo. Em 1680 surgiu em Portugal o cozinheiro Domingos Rodrigues que criou o mundialmente aplaudido Molho Agridoce. Feito com carnes Salgadas, aves e frutas nativas do alem-mar como a colônia Brasil que os navegadores levavam em suas Caravelas. Frutas como maracujá que em tupi-guarani significa a comida que já vem na cuia. Como o caju, nativo do nordeste brasileiro cuja amêndoa contém 19% de proteína. E a polpa 5 vezes mais vitamina C do que a laranja. Rodrigues era o cozinheiro do rei Afonso VI. E no final de semana preparava os banquetes da corte portuguesa. 

Em 1691 apareceu na Itália o cozinheiro Giuseppe Borghetti. Que criou o famoso molho de tomate, verdura importada da Guatemala, levado para a Europa por Cristóvão Colombo. Esse molho avantajou a cozinha italiana para enriquecer as massas. Trazida da China pelo navegador Marco Polo, a massa Italiana alastrou-se pelo mundo afora. Existindo atualmente mais de 600 cortes diferentes de massas. Em 1733 apareceu na França o cozinheiro Vicent De La Chapelle que criou um dos mais ilustres molhos da gastronomia denominado Sauce Demi Grace, feito para acompanhar carnes grelhadas, aves e caças e entradas de defumados.

No ano de 1748 o mundo conheceu um jovem cozinheiro de 17 anos Jean Marie Antoine Careme que após mostrar o seu talento foi promovido a chefe de cozinha do Palácio Champs Elysees. Ele criou um dos mais importantes molhos do mundo hoteleiro chamado Bechamel. Confeccionado para pratos de aves e frutos do mar. O nome Bechamel foi uma homenagem do preparador de alimentos ao maitre do hotel Louis Bechamel.

No ano de 1763 aparecia em Salvador, na Bahia, o cozinheiro Manezinho dos Prazeres, sendo ele de origem africana criou o principal molho para os chamados pratos baianos e da cozinha Brasileira. O molho acauera. É um molho feito com azeite de dendê. Antes de um tempero de cozinha é um remédio. Em cada uma colherzinha de chá existe 150 mil unidade de pró vitamin A. O azeite de dendê foi trazido pelos escravos da África. O coco que os portugueses trouxeram das ilhas da Melanésia, nas costas do pacífico sul. O terceiro lugar na escala de valores absolutos nutricionalmente falando. A castanha de caju que contém 19% de proteína, oriunda dos terrenos cultiváveis do Nordeste. E o amendoim com a sua película que produz 24% de proteína. Este molho criado por Manezinho dos Prazeres servido em pratos famosos como xinxim de galinha, que no dialeto Afro nagô significa Guisadinho de galinha antiga. E na moqueca, a maior Bandeira culinária do estado da Bahia. 

De 1846 a 1935 viveu na França o grande cozinheiro Augusto Scoffier. Publicou o chamado guia da cozinha Internacional que contém 5 mil receitas utilizadas no mundo inteiro por cozinheiros de vários países. Ele elaborou o cardápio do famoso Navio Transatlântico Titanic. Infelizmente, acabou em tragédia. 

Em 1962 Paul Bocuse criou a revolucionária cozinha chamada Nouvelle Cuisine. Consiste em preparar iguarias com produtos frescos colhidos no dia, desprezando a farinha de trigo até então utilizada na cozinha. É considerado um dos 5 mais importantes cozinheiros que o mundo conheceu. 

Em 1711 viveu na França o diplomata e cozinheiro Jean Antelme Brillat Savarin, Que dentre várias frases proferidas por ele sobre a cozinha disse: "Se você não for capaz de um pouco de feitiçaria não se meta dentro de uma cozinha". "O aparecimento de uma nova iguaria foi tão importante como a descoberta de uma Estrela cósmica". Parabéns, Savarin!

Pesquisa buscada pelo maitre de hotel Heleno Henriques de Araújo, fundador do Club do gourmet da Paraíba, em funcionamento há 3 décadas com cardápios e mensagens temáticas como da cozinha francesa, italiana, portuguesa, espanhola, dos imperadores romanos, cigana, da Máfia, da cozinha Brasileira, da cozinha peruana. Estes dois últimos considerados os maiores países gastronômicos da modernidade. 

Heleno Henriques de Araújo está a 50 anos na gastronomia. Aprendendo com chefes titulados em universidades e também principalmente com cozinheiros modestos. Autor de cinco livros  publicados de gastronomia.

domingo, 29 de maio de 2022

Club do Gourmet da Paraíba

 Club do Gourmet da Paraíba 

O ideário que congrega pessoas amantes da boa mesa em nível Internacional. Pesquisa buscada pelo maitre Heleno Henriques de Araújo. Executado pelo chefe Wellington de Jesus e maitre Leandro Farias. Cardápio homenagem de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas.Também deixamos uma homenagem ao cidadão e pesquisador polonês Stephen Poplawski, criador em 1922 do equipamento liquidificador que revolucionou as cozinhas de todo o mundo.

Restaurante Palace Grill, João Pessoa, 08 de junho de 2022.

Cardápio da cozinha ameríndia pós colonização.

O descobrimento da América impulsionou novos horizontes culinários da cozinha Internacional, resultando em produtos como a batata, que nunca foi inglesa, pois é da cultura pré incaica, assim como o tomate, proveniente da Guatemala. O peru também surge na América, ave que existia antes da chegada dos colonizadores. So depois sendo levado para a Europa, onde desbancou o pato na preferência dos europeus. Historicamente o pato era permanência constante dos cardápios nos castelos, restaurantes e hotéis do continente europeu.

Nesta noite nessa noite obedeceremos o seguinte esquema técnico:

Entrada - Peixe do Rei Pacal que governou a civilização Maia por 70 anos, diretamente da cidade-estado Palenque. Significa um peixe grelhado, arqueado em disco de tapioca, coberto com molho de maracujá. Em Tupi Guarani a palavra maracujá significa "a comida que já vem na cuia". O peixe será guarnecido com batata inca e decorado com tomates secos, ricos em licopeno.

Segundo prato - Serviremos assado do imperador Pachaquteq que governou a civilização inca. Trata-se de uma iguaria dos povos pré-colombianos.

Sobremesa - Serviremos cartola,  iguaria criada pelo Fidalgo holandês Elias Hickman, que em 1637 governou a Paraíba, a mando de Maurício de Nassau. Ele escreveu o primeiro livro de comida Brasileira chamado "A Comida Nordestina". O prato consiste em banana com calda de baunilha, coberta com o queijo sertanejo, banhada em mel de engenho.

Vinho - O vinho da noite será um tinto português do Alentejo. Uma assembleia das uvas trincadeira e Loureiro, um tipo seco, porém quando penetra nas papilas gustativas, transforma-se em agradável vinho adamado.

Desejamos a todos um feliz jantar e um ótimo vinho.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Os casamentos encomendados das sinhazinhas do nordeste brasileiro

 Picuí grande - Série reminescências 12

Os casamentos encomendados das sinhazinhas do nordeste brasileiro

O emissário falador era o cidadão que percorria a cavalo algumas fazendas da região apresentando uma espécie de cadastro pessoal dos pretendentes a casamento, rapaz ou mocinha, ao casal de fazendeiros de determinada propriedade rural.

Com um manuscrito rudimentar o emissário descrevia para os pais da noiva os caracteres pessoais do candidato a casamento. Por exemplo, na fazenda umburanas, distante três léguas do povoado x, existia uma mocinha querendo se casar com 18 anos, 1.68 de altura, pele branca, cabelos e olhos claros, alfabetizada, cujos dotes eram adiante mencionada. A senhorita Ana Lúcia possuía como dotes 2 novilhas de vacas de 4 eras, amojadas, 1 jumento grande raçador, 1 poltra alazão, do pé esquerdo branco, treinada para puxar charrete de 2 rodas, também presente dos seus pais. 3 marrans de ovelha cabeça preta e 1 bode pai de chiqueiro avermelhado. Os dotes era o segundo principal interesse do noivo pois já começava a vida com certo patrimônio.

Era marcado a data do encontro dos pais e dos possíveis noivos no povoado mais próximo. Constava do seguinte ritual: o emissário falador pronunciava em voz alta o rapaz que pretendia se casar com os respectivos pais, em seguida era apresentada a candidata a noiva, com seus pais e padrinhos. Rapaz e moça, principais atores dessa festa se olhavam por um determinado tempo e o noivo tomava a iniciativa de segurar as mãos da mocinha, beijando as mãos e anuncinando que aceitava o casamento para o próximo dia pela manhã, sendo que o senhor vigário realizava o mínimo de cinco casamentos por data marcada, de vez que o padre vinha da cidade maior montado a cavalo ou em charretes alugadas.

Uma vez confirmado o casamento, a festa se iniciava às nove horas da manhã após o casamento, com um grande cardápio de cozinhas regionais, que algumas vezes alcançava 100 pessoas. Iguarias como carneiro assado, bode e buchada, assados de garrotes, guizado de galo capão, peru, pato, guiné, eram acompanhados de farofa de feijão verde com cuscuz, batata doce assada na fogueira, arroz de graxa e farofa dos casamenteiros, regado a bebidas como vinho de Portugal, conhaque alcatrão, cerveja e em alguns casos raros, whisky. O interessante nesses casamentos encomendados é que nunca acontecia a separação dos mesmos. Ali se iniciava uma nova família como produtores rurais, sobrevivendo com os produtos surgidos no trabalho diário, sendo que uma vez por mês, o casal ia ao arruado mais próximo vender, trocar os seus produtos, por outros não produzidos em seu sítio, surgindo uma economia doméstica auto suficiente. Esse era positivamente os casamentos do nordeste de outrora, sendo que ambos os pretendentes participavam da festa com bastante alegria de sua parte e dos pais, padrinhos e convidados. O ponto maior dessa união futura era a colocação das alianças de ouro entre o noivo e a noiva. Significava um compromisso eterno entre os noivos.

Heleno Henriques de Araújo.

sábado, 8 de janeiro de 2022

Quem Eram os Tropeiros do Nordeste Brasileiro?

 Picuí grande - Série reminescências 11

Quem Eram os Tropeiros do Nordeste Brasileiro?

Eram rapazinhos de 15 a 18 anos que espelhados no trabalho de bravura de seus pais e de seus irmãos, logo cedo enveradavam pela profissão de tocar a tropa, transportando mercadorias como feijão, milho, carne de sol, charque, couros cortidos de boi, do seridó até a Vila Nova da Rainha, hoje Campina Grande, cujos produtos eram entregues ao comerciante de vendas à grosso, sendo que os tropeiros descansavam por dois dias> Depois voltavam carregados com tecidos, café, rapadura, sal, sabão e querosene.

As caminhadas longas e duríssimas começavam às cinco horas da manhã, com três homens na comitiva, carregando os burros-mulos besteiro, cada um animal levando nas gangalhas 2 sacos de 40kg fortemente amarrados, encobertos com couros curtidos de boi para fugir do sol e da chuva. O café da manhã era composto de cuscuz e café com rapadura. Na frente da tropa ia o dono dos animais, montado em um burro-mulo forte, sendo que os demais burros seguiam o caminho do dono da tropa.

No meio da tropa ia o ajudante do dono da empreitada, montado em um burro-mulo forte que controlava os animais em caminhada. Na retaguarda caminhava o tropeiro cozinheiro, com os alimentos dos humanos acondicionadas em sacolas de couro e o milho que era dado toda parada de almoço em mochilas próprias, com 1kg para cada animal. O almoço era composto do famoso feijão tropeiro que era uma iguaria feito farofa, com linguiça defumada e em separado a preferida paçoca que era feita com carne de sol e charque desfiado. Ao pôr-do-sol a tropa se arranchava nas aguadas que eram espécies de pousada para homens e animais repousarem e se alimentarem, para no outro dia ao quebrar da barra já estarem caminhando novamente.

Os homens andavam fortemente armados com a peixeira, com fação e um revólver tipo parabelum, pois era comum nesse tempo existirem no sertão onças pardas, cobras venenosas e até índios. Um ponto alto dessa história eram os dois cachorros que acompanhavam a tropa. Um cachorro passarinheiro caminhava na frente do dono da tropa, detectando possíveis irregularidades para os caminhantes. O outro cachorro vinha na retaguarda dando proteção ao burro-mulo que carregava os apetrechos do cozinheiro.

O salário ganho pelo tropeiro era o suficiente para abastecer a sua casa de família pois esses homens geralmente casavam muito jovens pois aprendiam logo cedo pegar o bezerro pelo mocotó e a montar em burros brabos afim de amansá-los para a tarefa que transcrevemos. Eram homens bravos e destemidos que transportavam a riqueza do sertanejo e voltavam carregados com mercadorias manufaturadas de primeira necessida. Salve os velhos tropeiros do nordeste brasileiro.

Heleno Henriques de Araújo.