quinta-feira, 27 de agosto de 2009

História da Cozinha Brasileira

 História da Cozinha Brasileira
Pesquisa do chefe de cozinha Heleno H de ARAUJO –

HISTORIAS DA ALIMENTACAO BRASILEIRA

01 – O Brasil foi descoberto no Nordeste em 22 de abril de 1.500, sendo abandonado por 49 anos quando, aqui chegou o 1o Governador Geral Tomé de Souza que, trouxe nas caravelas lusas, além de numerosa equipe humana, animais estranhos ao nosso habitat, como gado mirandês, cabras, ovelhas, galinhas, animais de trabalho, porcos, muitas sementes, vinhos e bastante técnicas de manuseio na agricultura e na criação de animais.

02 – Até 1.600 comia-se aqui no Nordeste, comidas brutalizadas como angu de milho com charque braseado, macaxeira cozida coberta com nata, feijão da terra cozido com costela salgada de boi, feito feijão escaldado com farinha de mandioca, beijú em diferentes estágios, dezenas de peixes e caças moqueadas além de centenas de frutas nativas como pitomba, goiabinha-aracá, caju, pitanga, cajá, umbu, abacaxi, banana pacovan, carambola, maracujá, mangaba, jabuticaba, quixaba, dentre outras.

03 – Os índios brasileiros criaram iguarias como a Pamonha que é um tipo de milho feito solido com mel de abelha, cozido na própria palha do milho.A Canjica foi inventada pelos negros das senzalas desumanas – a paçoca que consiste em se bater no pilão carne dessalgada, assada, com especiarias das matas e farinha de mandioca, farta mercadoria indígena como era também o Cauim, bebida fermentada com a mandioca da serra. O mungunzá que era fabricado nas ocas com milho desolhado e servido com caças assadas, desfiadas. O peixe de rio, de lagoas era largamente usado na culinária dos homens dos matos. O pirão de peixe teve inicio no cozimento prolongado de até 2 dias seguidos em tipo de coivaras, de peixes e produtos assemelhados.

04 – No ano de 1624 com a chegada dos invasores holandeses, a culinária nordestina experimentou um salto extraordinário pois o Príncipe Maurício de Nassau fez chegar até nós, além de poetas, pintores, músicos, professores, animais até então exóticos como galinha d'Angola, ganso, putrião, faisão, peru, avetruz, cisne, coelho, perdizes e até tutras, dentre outros, enriquecendo uma espécie de zoológico particular que era como se fosse um jardim botânico pois verduras e legumes foram ali aclimatadas para posterior utilização na nossa já procurada arte-culinária.

05 – Com a expulsão dos batavos, Portugal começou a se interessar por nossas frutas nativas e o chefe de cozinha português Domingos Rodrigues pediu a Del Rey que trouxesse a corte lisboeta, as gostosas frutas d' além mar – brasuka, para que eles as introduzissem junto a culinária local, de pratos salgados. Nascia então a extraordinária cozinha agri-doce euro.amerindia

06 – Os franceses, espanhóis, alguns deles de descendência cigana, embrenharam-se pelas fazendas nordestinas , montados em mulas onde, vendiam, porta a porta, mercadorias caras, como jóias, perfumes, tecidos de seda, chapéus e calçados oriundos de outros mundos. Estes procedimentos fez nascer, na terra comum, receitas européias com produtos nativos das América.

07 – Em 1904, na distante Vila Kyrial, na cidade de São Paulo, o Senador paulista Freitas Valle, comerciante de mercadorias estrangeiras, importou também, cozinheiros italianos e franceses e nesse tempo, fundou a primeira confraria do Brasil, intitulada de Ordem dos Gourmets do Brasil onde, com a presença do famoso queijo peninsular reggio-parmegianni, criou-se o prato italiano que não é servido na Itália, denominado de FILET MIGNOM A PARMEGIANNI, o mais vendido prato de todas as Américas.

08 – Na desumana época colonial brasileira, latifundiários querendo abrir espaços nos seus critérios, abatiam enormes quantidades de porcos adultos e utilizavam apenas as partes nobres como os pernis e o lombinho de porco. O restante, pés, focinho-orelha, costelas, espinhaço, rabinho, toda barrigada, toucinho que era defumado em pequenos quartos alimentados com queima de palha de coqueiros velhos, eram entregues aos negros para que salgassem estes aproveitamentos e os cozinhassem juntamente com o feijão preto, que é nativo do Brasil, para a sua alimentação básica, incluindo ai também, os charques gordos que não eram utilizados na casa grande da fazenda. Nascia então a FEIJOADA DA SENZALA, o maior prato da cozinha brasileira e um dos 10 mais procurados do glossário da cozinha internacional.

09 – Os moradores de todo interior brasileiro, criaram verdadeiras jóias da cozinha Brasil, a maioria destes pratos, imaginados com aproveitamentos de mercadorias, como o vatapá, o feijão de carne de Segunda, a farofa, a roupa velha, a buchada, a panelada, dentre centenas de outras iguarias.

10 – A Cozinha Brasileira é hoje a mais extraordinária cozinha de reaproveitamentos heterogêneos com sabores e cores predominantemente marcantes e sedutores para quem sabe comer Bem. É pena que os Governos que, temos tido a infelicidade de possui-los não estejam NEM AI com a nossa abençoada cultura de comidas. Axé, Uai, Oxente, Ura Mêu, Tchê barbaridade. Eu te saúdo, sofrido povo irmão brasileiro

Écrit de Le Maitre Cuisinier Heleno H de ARAUJO

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